segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE GÓIS

"O que queremos para Góis é à nossa própria dimensão seja um concelho com a mesma dignidade, com perfil de modernidade e de competitividade como qualquer outro concelho do país"


l. M. CASTANHEIRA
É positivo o balanço destes primeiros 13 meses do meu primeiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Góis, começou por nos dizer a Dr.ª Maria de Lurdes Castanheira, para salientar a seguir que foi um ano de "muitas e muitas reuniões de executivo, foi um ano de adaptação a um novo lugar, ao novo desempenho, que obrigam a conjunto de novas responsabilidades", reconhecendo ainda que "embora já tenha passado pelo Poder Local, o lugar de presidente da Câmara é bem diferente, porque é neste papel que estamos sujeitos ao que corre bem e ao que corre mal, a todo o tipo de críticas, é aquele que responde pelo Município".

Considerando ser "excelente, determinada, voluntariosa, solidária e embora todos iguais mas todos diferentes" a equipa que consigo trabalho, Maria de Lurdes Castanheira confessou-nos que a sua primeira aposta foi "na reorganização dos serviços internos e ninguém se pode esquecer que herdámos uma Câmara sem Câmara, estivemos em instalações provisórias que não são facilitadoras da proximidade que se requer junto dos diferentes serviços, sendo desde logo um constrangimento.

Também os 150 trabalhadores tiveram de se adaptar a uma nova equipa, a novos métodos de trabalho, a uma exigência completamente diferente e registo, com muito agrado, que muitos desse trabalhadores têm respondido a este novo desafio, de diferença, que exigem as mudanças constantes quer ao nível do Poder Local quer ao nível da própria sociedade, quer ao nível dos novos autarcas que vão surgindo".

Assim sendo e "num concelho que tem muito mais potencialidades do que dificuldades", Maria de Lurdes Castanheira considera ser "importante também que estes autarcas que vão surgindo também tenham um desempenho diferente e que apostem muito mais no desenvolvimento imaterial, pelo que continuo a pugnar e a ser acérrima defensora da trans- versalidade do desenvolvimento, porque tenho um concelho com muitas infra-estruturas, equipamentos colectivos, continuamos a ter obras físicas, que estão no terreno e também não posso descurar as questões da formação, do emprego, situações de pessoas que estão em exclusão social, implicando isso uma abertura até em termos intelectuais e até em termos culturais.

Os autarcas de hoje não são os autarcas de ontem, mas devem ter a responsabilidade de preparar o amanhã.

E o amanhã, naturalmente, é valorizar as pessoas, porque como dizia há uma década o nosso antigo presidente José Cabeças, não há desenvolvimento sem pessoas.

Uma afirmação, reconhece, que tem tanta actualidade hoje como tinha em 1993. Mas a crise, os cortes orçamentais impostos, são uma realidade, mas não são suficientes para a presidente da Câmara Municipal baixar os braços e fazer obra no seu concelho, pelo que acabam de ser aprovados pelo executivo camarário os documentos previsionais, "as chamadas grandes opções de plano e o orçamento e eu orgulho-me muito em ter apresentado e aprovado um orçamento de 14 milhões de euros que contempla um conjunto de obras que transitam de 2010 para 2011, estruturantes para o concelho, e que comprometem 5,5 milhões de euros.

Acresce a esta verba mais de 3 milhões em pessoal e feitas as contas falamos em mais de 8 milhões ficando pouco mais de 5,5 milhões e com eles vamos ter a arte e o engenho de lançar novas obras para o próximo ano e continuar as que transitam deste ano, das quais destaco o Centro de Referência da Memória Goiense, que vem complementar a obra da Biblioteca do Arquivo, com a requalificação do espaço exterior (também beneficiando o Centro Social Rocha Barros) e instalando aqui um conjunto de equipamentos que venha a fazer justiça à memória goiense, onde vai haver um espaço reservado àquilo que foi o fabrico de papel ligado à Companhia de Papel de Góis e o que foi a importância daquela empresa no passado, vamos ter também um espaço dedicado aos neveiros de Santo António da Neve e ainda o que existe hoje da exploração quase artesanal do fabrico e exploração do carvão.

Góis tem de começar, de facto, a dar valor àquilo que ainda tem".

Este Centro, em conjunto com a ampliação da Escola do 1.º Ciclo, a requalificação do largo da Cabreira, sem esquecer "o apoio que vamos dar à construção do Lar da Freguesia do Cadafaz e as infra-estruturas de apoio à praia fluvial de Alvares", são outras das apostas da Câmara Municipal, como nos disse a sua presidente, mas a maior "aposta que temos e que nos leva uma parte significativa do orçamento é melhorar a qualidade do abastecimento de água na freguesia de Vila Nova do Ceira e uma parte da freguesia de Góis. Não me orgulho nada de ter cidadãos que todos os dias abrem as suas torneiras e não podem beber a água que pagam ao Município.

Esta é a prioridade das prioridades".

Mas para além destas obras, vai ser concluída a circular externa do Carvalhal dos Pombos, a par com a requalificação do Campo Augusto Nogueira Pereira. Outra obra para 2011, transi- tando para 2012 a requalificação da avenida padre António Dinis.

"É um a entrada da vila que neste momento não tem a dignidade que Góis merece, precisando por isso de uma grande intervenção", disse-nos a autarca goiense.

Obras ambiciosas, mas que não ficam por aqui, porque como nos referiu a presidente da Câ- mara Municipal, o que quero para Góis é que à nossa própria dimensão seja um concelho com a mesma dignidade, com perfil de modernidade de competitividade como qualquer outro concelho do país. Não é por sermos pequenos em população que vamos retardar o processo de desenvolvimento para que nossos munícipes tenham as mesmas oportunidades que têm os munícipes de qualquer concelho".

Por isso e também para 2011, segundo a autarca goiense, "está inscrito o nosso eco-mercado, estamos na fase de negociar o terreno e ainda mudança do parque municipal a que vulgarmente chamam as oficinas, o estaleiro cumprindo assim o desígnio e a promessa que remonta ao mandato de2002-2005 de dotar com mais espaço Centro Social Rocha Barros.

Também está a ser cumprido o calendário em termos de execução das obras iniciadas em Agosto passado naquela que considerou "a grande Casa da Cultura e que vem responder a uma grande necessidade do concelho" e que é a Associação Educativa e Recreativa de Góis, uma obra que transita de 2010 para 2011, como transita o campo Augusto Nogueira Pereira, bem como uma parte dos Paços do Concelho, uma pequenina parte do Centro Escolar de Alvares (já a funcionar) e ainda uma parte do pólo industrial de Vila Nova do Ceira, sem esquecer o investimento na rede rodoviária municipal.

Também foram aprovadas as candidaturas para a requalificação dos quartel-sede dos Bom- beiros de Góis e do quartel da secção de Alvares. A Câmara tem orçamentado um valor que ultrapassa os 150 mil euros. É uma velha aspiração de todos "e os Bombeiros merecem, como merecem de ter o seu espaço físico em Góis com toda a dignidade", reconheceu a autarca e também a responsável máxima da Protecção Civil do concelho que assenta, necessariamente, nos seus Soldados da Paz.

Mas além das obras, como nos salientou Maria de Lurdes Castanheira, "há todo um conjunto de apoios às instituições, desde os Bombeiros Voluntários, à Santa Casa da Misericórdia, todas as IPSS,s do concelho, à ADIBER, a todas as associações e instituições que dão o seu contributo para o desenvolvimento local".

Desenvolvimento que passa, necessariamente, pela fixação dos jovens. E esta não deixa de ser também, como nos disse a sua presidente, uma preocupação do executivo camarário que lidera.

"Há aqui três apostas que podem não estar plasmadas nos documentos aprovados mas os jovens são também a nossa preocupação. É importante ouvi-los os jovens, a criação do Conselho Municipal para a Juventude não por imperativo legal mas por vontade dos autarcas, dando-lhes voz e dizer-lhes quais são as políticas para a juventude. E não podemos ter aqui a sua fixação se não enveredarmos por uma política de habitação a preços que vão ao encontro das suas necessidades. Mas também ao nível do emprego, tendo em conta as especificidades do concelho ao nível da oferta de serviços".

Para isso, como considera Maria de Lurdes Castanheira, "se não tiver aqui escolas que ofe- reçam boas condições, não tiver aqui serviço de saúde a funcionar - e aqui deixo um apelo a quem nos tutela nesta matéria que veja bem as especificidades e singularidade do concelho porque é altamente prejudicial não só para as populações mas também é um convite a não escolher Góis para viver - além de precisarmos de ter aqui outros serviços como temos as Finanças, a Conservatória, Bancos.

Mas como é que vamos aqui criar uma política de emprego? Esta política não pode consubstanciar-se só nas ofertas do Município para que os nossos jovens tenham que ter lugar em Góis, sendo por isso com muita satisfação que lhe digo que vai ser aqui feito o maior investimento do século pela empresa NatureSanus, SA, com a implementação de um hotel de quatro estrelas superior e que já teve o parecer do Turismo de Portugal.

Vai ser instalado numa parte da Quinta do Baião e o seu principal protagonista é o Dr. Alberto Mateus, um goiense que resolveu, passados muitos anos de ausência mas com larga experiência no ramo hoteleiro, voltar à sua terra.


A Câmara vai dar o seu apoio a este investimento privado, vendendo a preço simbólico uma parcela da Quinta do Baião e garantindo executar tudo aquilo que são infra-estruturas públicas. É um investimento que vai permitir criar algumas dezenas de postos de trabalho. Directos e indirectos.

Mas as boas vias de comunicação continuam a não chegar a Góis. E esse é um constrangi- mento, grave. E como nos disse a presidente da Câmara de Góis, "a grande falha destes últimos anos e de qualquer Governo, foi sem dúvida não ter priorizado o investimento na área das acessibilidades para a Beira-Serra e em particular para os concelhos de Góis e Pampilhosa da Serra, porque no fundo são os dois concelhos que mais mal estão no que se refere a acessibilidades"

E continuou: "os nossos votos têm exactamente o mesmo valor do que os votos de outros concelhos, mas mesmo assim aqui vamos ficando naquela que é chamada ilha de pedra, onde com alguns paliativos foram fazendo uma intervenção naquilo que são as acessibilidades. E por isso continuamos a não sermos territórios atractivos. E esse é o maior dos constrangimentos. Na concessão que foi feita o investimento já está no terreno, o compromisso foi assumido publicamente e quero acreditar que este é um dos investimentos que não vai ser suspenso. Quero acreditar, porque se desta vez a EN 342 e a requalificação da Nacional 2 entre Portela de Góis e Portei a do Vento não for uma realidade, atrevo-me a dizer que não vislumbro para quando uma melhoria nas acessibilidades".

Considerando que Góis não tem problemas graves de exclusão social, Maria de Lurdes Castanheira disse-nos que "a rede social e o envolvimento dos parceiros é muito importante e não é virtual nem de circunstância". E como reconheceu, "efectivamente há aqui um trabalho das IPSS' s que tem dado grandes resultados no terreno, mas também o trabalho desenvolvido pelo Município, pelas Juntas de Freguesia. Estamos sempre na retaguarda de alguma situação de pobreza que possa acontecer e se torne mais grave ao colocar alguma família na situação de risco. É certo que ainda temos um conjunto de pessoas que ainda vivem do Rendimento Social de Inserção, mas não é significativo. O número de desempregados também não é assustador e neste âmbito foram celebradas este ano quatro dezenas de acordos para a integração de pessoas que estão nessa situação para que não dependam de um subsídio mas de um salário, fruto do seu trabalho".

A conforme nos referiu a sua presidente, "a Câmara vai continuar a trabalhar no sentido da cultura da inclusão que passa pelo empreendedorismo, capacidade criativa. Temos de transmitir essa mensagem aos nossos cidadãos, sobretudo àqueles que há muito deixaram de ter grandes expectativas relativamente ao emprego ou porque estiveram sempre em situação de exclusão. Temos que lhe devolver essa confiança e dizer que nós somos um Município preocupado com aqueles que não têm as mesmas oportunidades".

Na educação assenta o futuro. "Temos um universo que não chega a 500 alunos no concelho, integrado num só Agrupamento, que tem três jardins de Infância da rede pública, dois jardins de infância da rede privada, depois temos seis escolas ao 1.º Ciclo e a Escola-sede", referiu a presidente da Câmara Municipal, reconhecendo que na área da educação "continuamos a ter um constrangimento em só haver ensino até ao 9.º ano, que é um convite aos jovens saírem do concelho de Góis, mas também temos de terá a lucidez suficiente para perceber que cada vez é mais difícil termos aqui o ensino secundário.

Cada vez as famílias têm menos filhos, cada vez é menos a população escolar, é cada vez menor a taxa de natalidade, por isso podem perfeitamente continuar a estudar em Arganil. Sou das autarcas que não invejo absolutamente nada aquilo que os concelhos à volta possam ter de diferente do concelho de Góis. Precisamos é de rentabilizar os equipamentos que cada um tem". Ainda no sector da educação, "em Outubro inaugurámos o Centro Escolar de Alvares, que é uma infra-estrutura com as melhores condições para os nossos alunos e vamos ampliar a Escola EB 1 de Góis, e para o ano de 2011-2012 vamos voltar a trabalhar com o Centro de Emprego de Arganil no sentido de podermos ter aqui uma turma, como já aconteceu no passado, permitindo que os alunos continuem os seus estudos para além do 9.º ano mas com uma área profissionalizante". disse-nos Maria de Lurdes Castanheira.

De facto. O concelho é rico em belezas naturais. E por isso as excelentes potencialidades turísticas que tem. E a Câmara Municipal e os seus responsáveis tem disso perfeita consciência. E querem tirar partido, criando as condições necessárias, para a pesca, para a caça, "temos três concessões de pesca e reconheço que estão subaproveitadas, como nos disse a autarca, "temos uma candidatura para a Zona Municipal de Caça", mas têm também o rio Ceira que, sobretudo no Verão, atrai ao concelho muitos milhares de pessoas e ainda o turismo desportivo de que o Góis Moto Clube, "que vai comemorar 20 anos de vida e espero sinceramente que nessa altura seja inaugurada a sua sede social", é o maior dinamizador continuando a levar Góis para além fronteiras".
in A Comarca de Arganil, edição especial, 23/12/2010

Sem carro novo mas com... “Nova” câmara de Góis reúne serviços dispersos


Na presença do secretário de Estado da Administração LocalJosé Junqueiro, e do governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, entre outros autarcas de Góis e dos concelhos limítrofes, que ontem foram inauguradas as obras de remodelação no edifício dos Paços do Concelhode Góis, uma intervenção que, tal como refere a placa de inauguração descerrada na ocasião, foi iniciada pelo antigo presidente da câmara já falecido, José Girão Vitorino, e concluída neste mandato, com a presidente Maria de Lurdes Castanheira.
Este edifício, classificado como património de interesse público, foi remodelado no âmbito de um contrato- programa entre o município de Góis, a Secretaria de Estado da Administração Local e a CCDRC em 2006.
Tratou-se de um investimento elegível no valor de 650 mil euros que, segundo a presidente da Câmara de Góis, foi feito “dado o estado avançado de deterioração do imóvel”. Contando que a intervenção foi desenvolvida em três fases, Maria de Lurdes Castanheira explicou que, numa primeira fase, procedeu-se à reconstrução da sala onde funcionou durante muitos anos o posto da GNR, e onde se encontrava uma parte em ruínas (intervenção na ordem dos 146 mil euros). Numa segunda fase procedeu-se à intervenção especializada de recuperação dos tetos que se encontram em algumas salas do edifício e que são “apainelados com figuras fantasiosas, religiosas e mitológicas” (no montante de 76 mil euros) e numa terceira fase, iniciada pelo atual executivo, a obra incidiu sobre a remodelação geral do edifício principal (investimento de cerca de 429 mil euros), tendo sido feita a instalação de todos os serviços no final de novembro.
Edifício dos Paços
do Concelho requalificado
Deixando um agradecimento à ADIBER, que colocou ao dispor as instalações e o auditório da Casa do Artista onde funcionaram temporariamente os serviços da Câmara, a presidente lembrou que o edifício dos Paços do Concelho agora recuperado está instalado na antiga Casa da Quinta, uma das “casas nobres” de Góis, que foi adquirida pela câmara em 1931, tendo antes disso sido alugada, em 1914, para instalação de diversas repartições públicas.
Pedindo ao secretário de Estado para transmitir ao primeiro-ministro, José Sócrates, o agradecimento da autarquia “pelo contributo que tem sido prestado nos últimos anos a este concelho”, Lurdes Castanheira garantiu que o município “tudo tem feito para manter o universo dos seus trabalhadores, tendo até tido a coragem de propor, para 2011, o recrutamento de alguns recursos humanos”. Quanto às novas instalações da câmara, a autarca enfatizou que “a partir de agora, é possível reunir no mesmo edifício todos os serviços técnicos e administrativos da autarquia”, acabando com a dispersão de serviços.
Diario As Beiras 23/12/2010

Posição dos Presidentes da Beira Serra sobre o encerramento do IEFP

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IEFP de Arganil poderá encerrar.

Fecho do Centro de Emprego
pode afectar cerca
de 2.750 formandos
O Centro de Emprego e Formação Profissional de Arganil poderá vir a encerrar. O eventual fecho desta infra-estrutura, que conta com cerca de 2.750 formandos e que dispõe de um orçamento de seis milhões de euros, foi anunciado na última Assembleia Municipal de Arganil pelo presidente do município.
Ricardo Pereira Alves pediu, excepcionalmente, a palavra, antes da ordem do dia, considerando que tinha «que partilhar esta situação com todos os deputados municipais».
O edil revelou que, ao ter conhecimento que está em curso um processo de reestruturação do Instituto de Emprego e Formação Profissional e que, desta forma, «podia estar em causa o Centro de Emprego e Formação Profissional de Arganil», tentou informar-se junto do presidente do Conselho Executivo deste organismo.
A resposta que recebeu sublinhou que «o acto em questão passa por uma decisão governamental» e, como tal, o encerramento do Centro de Arganil «é uma hipótese em aberto».
Se o cenário se concretizar, Pereira Alves considera que, «num momento de crise, o Governo ponderar encerrar qualquer estrutura ligada ao emprego e formação é ignóbil», até porque «o nosso centro tem vindo a crescer, quer na taxa de emprego, quer na formação». Assim, sublinhou que «gostaria que saísse daqui uma posição unânime para dar mais força e evitar que esta situação possa  acontecer».
Manuel Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Folques, também se mostrou muito preocupado com a concretização desta possibilidade, uma vez que como referenciou, «dos 35 funcionários que o Centro tem, sete são de Folques» e, além do mais, «a freguesia tem dois cafés que são essencialmente frequentados pelos formandos do centro, e ajudam muito a mantê--los abertos».
Na sequência da informação apresentada por Ricardo Pereira Alves, as três bancadas representadas na Assembleia Municipal de Arganil, PSD, PS e independentes, decidiram apresentar uma moção, manifestando «a sua mais veemente oposição a qualquer medida que contemple o encerramento do CEFP de Arganil».
O documento realça também «o trabalho desenvolvido pelo centro, cuja actividade regista os melhores indicadores, face a estruturas limítrofes e se desenvolve nos concelhos de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra e Tábua», manifestando também, a «sua incompreensão pelo facto de num momento de crise como aquele que estamos a atravessar se pense em encerrar estruturas ligadas ao emprego e formação, que devem estar mais activos que nunca, sobretudo numa região como a Beira Serra, com uma identidade própria, sob pena de acentuar as assimetrias regionais, contribuindo para a desertificação deste território».
in Diario de Coimbra 20/12/2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Anónimo Esmiuça "Góis...A Grande Metrópole..." - Uma Análise Critica

Góis... A Grande Metropole..., ainda que comece com uma obeservação cheia de razão, vai-se despistando ao longo do seu percurso onde as ideias expostas parecem desvanecer-se em vapor. 
Ora aqui está um texto populista e desesperado para recuperar a imagem de quem, por suas próprias acções e opiniões, se tem "posto a geito" e perdido apoiantes, colegas de assembleia, de música e eleitores. Depois de tanto "bater" nos goienses pelas suas totais incapacidades e tantas vezes se auto-elogiar bem como a todo o movimento de não naturais que muito mais fazem por Góis que algum Goiense alguma vez fez na historia te TODA a Humanidade, eis que num golpe desesperado, Paulo pega numa das maiores conversas de café  da actualidade (os migrantes de Góis e os seus funcionários públicos) os bodes expiatórios.
Esta tentativa de se mostrar solidário com os Góienses começa com antíteses que se desenvolvem em afirmações um pouco tiranicas onde se EXIGE a participação nas organizações e eventos aos fins-de-semana. Eis uma reflexão muito provavelmente originada na feira natalícia de artigos locais que foi organizada pela Lousitanea nas Aigras fim de semana passado. Entenda-se que são estes mesmos técnicos que recebem os mais altos ordenados do concelho, se eles não participam nestes eventos quem mais tem dinheiro para gastar e assim contribuir para o sucesso do evento?!

Depois segue-se uma lista redundante de frases que muito agradam aos ouvidos dos locais, às quais falta um sentido prático, nunca esquecendo no entanto a verdadeira motivação deste texto, a auto-promoção. Quem é que se premeia na seguinte frase? -"premiando as competências técnicas e não apenas o cartão do partido político ou o local de nascimento do cartão de cidadão". Paulo Silva está na assembleia como independente e não é goiense por nascimento. Não só defende a sua própria premiação, como também deve querer uns trabalhitos para os amigos de Lisboa, uma ideia reforçada mais tarde quando refere que se deve apoiar "quem quer viver no interior e sentir Góis".  Como não concordar com isto? Este seria de facto o caminho, mas como veremos adiante, uma medida pouco consentânea com a forma de governar do actual poder local.

A segunda medida referida por este membro da assembleia, já é uma anedota por parte deste grupo de acessores da LC. O tal gabinete incubador de empresas foi saturadamente sugerido durante campanha eleitoral. O PDM também, mas ainda o mês passado podémos ler na entrevista que LC deu a um jornal regional, que seria uma medida a ser desenvolvida no próximo ano. Ser "mais rigoroso com os prédios rústicos e urbanos abandonados", como? Estamos a falar de quê, expropriação? A favor de quem? Era a câmara quer iria tomar conta desses prédios, ou serviriam de prémio?!
Haverá algo mais populista que a seguinte medida totalmente utópica e desprovida de sentido prático ou qualquer condição realista; mas cheia de carga emocional, regionalista e a apelar ao sentimento das inúmeras famílias que têm alguém emigrado por esse mundo fora, forçados a partir à procura de um sustento, de melhores condições de vida?! "uma política estruturada para atrair emigrantes naturais de Góis, quer estejam no estrangeiro ou em Lisboa. Existem muitas pessoas que estão fora e que caso existisse uma política orientada para promover o seu regresso, podiam ser convencidas a voltar para ajudar a sua terra natal." Como? O seu regresso só poderia ser promovido através da oferta de trabalho remunerado, que lhes permitisse terem uma vida condigna e não uma mera sobrevivência aparada em subsídios e trabalhos precários. 

Seguem-se duas medidas, a primeira que se repete nos discursos políticos mais banais e vulgares, "a estratégia da Agenda 21 Local, extra-partidária, unificadora da sociedade e que se oriente para as camadas mais jovens, promovendo políticas sustentáveis ambiental, cultural, económicas e socialmente;" ambas as mediadas seriam apoiadas  numa estratégia que seria desenvolvida por empresas como a Transerrano e a Lousitanea. Mas se abrirem concursos muitas outras podem concorrer.

No parágrafo seguinte, voltamos ao velho discurso, de que os goienses não são nem têm massa critica para desenvolver o concelho, ou seja aqueles que não têm opinião, em relação aos assuntos que os governam, necessária e suficiente para, em quantidade e qualidade, estabelecer e sustentar uma ação, reacção ou comportamento, sendo os técnicos superiores que frequentam Góis das 9 às 17 da tarde, os únicos responsáveis pelo seu desenvolvimento e pela prática da cidadania. O texto vai mais longe e refere tais técnicos como única opção à constituição de "listas de gestão das instituições da sociedade civil". Fala-se do problema da politização das instituições, um GRANDE PROBLEMA de facto que enfraquece as instituições e tem acabado com o espirito comunitário, primeiro na vila de Góis, mas entretanto uma tendência a espalhar-se pelo concelho, mas elogia-se logo de seguida o trabalho da grande responsável por tal politização das instituições locais e do responsável pela distribuição dos grandes subsídios a que a Transserrano e Lousitanea tanto concorrem. Não vá a mama ficar seca logo agora que o PRODER está aí. 

Resta dizer, que essa politização de tudo e a forma como se faz política em Góis, é de tal forma castradora da tal massa critica que  chega a implicar mesmo perseguições a pessoas activas e válidas que se vêm vitimas dos jogos perversos que tanto gozo dão a esta administração, mais contribuindo para o afastamento de pessoas do que propriamente inverter o ciclo de despovoamento. Como pretende o Sr Paulo atrair as pessoas ao concelho, é a todos que quer atrair ou só aqueles que ainda não despertaram nenhuma paranoia de perigo na Sra Presidente?!

As medidas que se seguem, sugerem a criação de outra agencia de desenvolvimento, ou seja outra ADIBER mas parcialmente municipal e com dinheiros particulares com receitas próprias. De onde? É uma ideia tão vaga, será isto para lavagem modelo simplex?! 

O texto encerra com um reforço de que estes frequentadores de Góis, são de facto uma mais valia mais necessária do que 40 horas semanais. Refira-se que enquanto vitimas de um amor/ódio, estes 9/17  não contam como votos, constituindo portanto um alvo seguro. Se a política de empregabilidade local, a nível de quadros técnicos superiores, tem agravado o despovoamento, seria bom que daqui para a frente fosse invertida, no entanto  todos sabemos que, perante as dificuldades que o pais atravessa, tão depressa não vão haver contratações.
O texto é um grito desesperado de popularização da imagem do próprio autor, uma tentativa de criar empatia à muito perdida, com o eleitorado e com a comunidade goiense, através de ideias palavrosas e sem fundo realístico mas que muito agradam aos olhos locais das "massas não criticas" para as quais este texto foi escrito. Resta saber que dirão as "massas críticas" desta obra literária?

Góis... A Grade Metropole do Seculo XXI

Por Paulo Miguel Silva, Elemento da Assembleia Municipal de Góis


Calhou de estar um dia à entrada de Góis. Já passava das nove horas e um enorme fluxo de carros vinha na direcção da vila. Seria algum evento que iria acontecer? Não, eram os funcionários da Câmara e de outras instituições que vivem fora do concelho...
Góis de facto é um local excelente para trabalhar, pois oferece emprego e condições. Pena é que a maioria dos técnicos superiores das principais instituições não viva no concelho. Góis pelos vistos não lhes oferece as condições de vida que eles desejam.
Nada me move contra estas pessoas, nem contra as suas opções. Todos somos livres de viver onde quisermos.Mas podemos exigir que pelo menos estas pessoas contribuam em termos de cidadania, participando nas organizações locais ou nos eventos aos fins-de-semana. E acredito que quando não temos em casa, temos que ir buscar fora os recursos humanos para promover o desenvolvimento. Mas o COMBATE DESERTIFICAÇÃO  faz-se com outro tipo de políticas:
- incentivando a fixação de pessoas naturais do concelho e de outros concelhos no nosso, premiando as competências técnicas e não apenas o cartão do partido político ou o local de nascimento do cartão de cidadão;
-Promovendo políticas de fixação de empresas, como a criação do gabinete apoio ao investidor, a incubadora de empresas, as zonas industriais na periferia do concelho, entre outras;
- Tendo uma estratégia coordenada ao nível urbanístico - ter zonas de construção para jovens a custos controlados, possuir um PDM actualizado, moderno e inovador, ser mais rigoroso com os prédios rústicos e urbanos abandonados;
- Ter uma política estruturada para atrair emigrantes naturais de Góis, quer estejam no estrangeiro ou em Lisboa. Existem muitas pessoas que estão fora e que caso existisse uma política orientada para promover o seu regresso, podiam ser convencidas a voltar para ajudar a sua terra natal. Temos de fixar no nosso concelho pessoas que gostem de viver no interior e que sintam Góis;
- Incentivar uma nova cidadania, alicerçada na estratégia da Agenda 21 Local, extra-partidária, unificadora da sociedade e que se oriente para as camadas mais jovens, promovendo políticas sustentáveis ambiental, cultural, económicas e socialmente;
- Ter uma visão estratégica nas três áreas fundamentais do desenvolvimento local: ambiente floresta e turismo. Ao nível do ambiente desenvolver a criação da Reserva Natural Municipal dos Penedos de Góis (na área da Rede Natura 2000)e inventariar o património do Vale do Ceira entre o Colmeal e a Várzea com vista a uma candidatura futura. Nesta area é possível criar dezenas de postos de trabalho, com a vigilância e monitorização dos futuros visitantes destas zonas. Ao nível da floresta motivando a plantação das espécies autóctones, as explorações em multi-cultura, a criação de actividades económicas a montante e jusante da exploração florestal(pequenas industrias de madeiras, marcenaria e mobiliário, aproveitamento de resíduos florestais como acontece nos concelhos vizinhos). Ao nível do turismo, atraindo novas unidades turísticas (alojamento, restauração e animação), ter um calendário diversificado e intenso de eventos ao longo que atraia visitantes e turistas, montar sistemas de apoio às visitações ( museus, núcleos museológicos, leitores de património, rotas marcadas, etc)

Os técnicos superiores das principais instituições do concelho são a massa crítica de Góis. se a maioria deles vive fora, não temos massa crítica local para desenvolver o concelho e para promover a cidadania.
Todos conhecemos as dificuldades em elaborar listas de gestão das instituições da sociedade civil, por falta dessa mesma massa crítica e pela excessiva politização destes órgãos. valorizo aqueles que ao longo dos anos, mesmo residindo fora, muito fizeram pelo concelho, mesmo fora do seu horário de trabalho. Não querendo ser injusto por omitir alguns, não posso deixar de destacar dois: Lurdes Castanheira e Miguel Ventura. Abomino aqueles que só cá vêm das 9h (em ponto) às 17h (sendo que meia-hora antes já têm tudo arrumado e o carro pronto para arrancar. Durante anos cometera-se grandes erros na contratação de pessoas e os resultados são visíveis hoje, daí que pense que também aqui é fundamental mudar de estratégia, deixando de apostar em exclusivo no funcionalismo público e procurando outras soluções, como por exemplo a criação:
-De um,a agencia de desenvolvimento com capitais mistos da autarquia e de particulares. Esta agencia seria responsável pela criação de receitas próprias para realização dos investimentos necessários
- De empresas municipais/ou gabinetes técnicos nas áreas mais importantes e sensíveis ou estabelecimento de protocolos com entidades privadas para a prossecução dos objectivos dessas áreas prioritárias.
Estas estruturas são mais flexíveis e têm outros modelos de gestão que permitem atingir melhores resultados no desenvolvimento local.
Se Góis oferece tão boas condições de trabalho a estas pessoas, se não as podemos convencer a mudar de residência, podemos incentivar a que tenham uma postura mais pro-activa: em vez de serem funcionários públicos no sentido estrito da palavra, sejam antes agentes de desenvolvimento. Se Góis é bom para estas pessoas, elas têm de contribuir para que seja bom também para os que cá vivem e pagam os impostos...
Assim Góis poderia ser uma grande metrópole do século XXI e não apenas pelo fluxo de viaturas às 9 e às 17horas.
Góis, 4 de Dezembro de "2010
in, O Varzeense, 15/12/10