segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Governo alemão confirma: Berlim quer ocupar Atenas e talvez Lisboa


O número dois do governo alemão defendeu ontem que se os gregos não cumprirem os objectivos, então terá de ser imposta de fora uma liderança, a partir da União Europeia. Na véspera da cimeira europeia, Philipp Roesler tornou-se no primeiro membro do governo alemão a assumir a paternidade da ideia segundo a qual a troco de um segundo programa da troika, um comissário europeu do orçamento seria investido de funções governativas em Atenas, retirando ao governo legítimo funções essenciais.
Numa entrevista ao jornal “Bild”, o número dois de Merkel afirma: “Precisamos de maior liderança e monitorização relativamente à implantação das reformas. Se os gregos não estão a ser capazes de conseguir isto, então terá de haver uma liderança mais forte vinda de fora, por exemplo, da União Europeia”.
O governo grego ficou em estado de choque com a ameaça da próxima ocupação. O ministro grego das Finanças pediu à Alemanha para não acordar fantasmas antigos – a Grécia esteve ocupada pelas tropas nazis durante a II Guerra. “Quem põe um povo perante o dilema de escolher entre assistência económica e dignidade nacional está a ignorar algumas lições básicas da História”, disse Venizelos, lembrando “que a integração europeia se baseia na paridade institucional dos estados-membros e no respeito da sua identidade nacional e dignidade”. “Este princípio fundamental aplica--se integralmente aos países que passam por períodos de crise e têm necessidade de assistência dos seus parceiros para o benefício de toda a Europa e zona euro em particular”.
O documento que defende a ocupação de Atenas foi divulgado pelo “Financial Times”. Está lá escrito que para ter acesso ao segundo programa de resgate, a Grécia terá de ser obrigada “a transferir a soberania nacional para a União Europeia, em matéria de orçamento, durante algum tempo”. O texto sugere que “um novo comissário do orçamento nomeado pelo eurogrupo ajudará a implementar reformas”. “O comissário terá largas competências sobre a despesa pública e um direito de veto contra decisões orçamentais que não estejam em linha com os objectivos orçamentais e a regra de dar total prioridade ao serviço da dívida”.
Segundo a Reuters, esta tentativa alemã de governar Atenas pode ser estendida a outros países, como Portugal. Uma fonte do governo alemão disse à agência que esta proposta não se destina apenas à Grécia, mas a outros países da zona euro em dificuldades que recebem ajuda financeira e não são capazes de atingir os objectivos que acordaram.
A verdade é que Angela Merkel chega hoje à cimeira em Bruxelas com uma crescente pressão interna para não continuar a emprestar à Grécia o dinheiro dos contribuintes alemães. A proposta para ocupar Atenas é vista como uma resposta à cada vez maior resistência dentro do seu partido ao financiamento da crise do euro. “Se os gregos não avançarem com o programa de reformas, não pode haver mais ajuda”, disse Horst Seehofer, o líder bávaro da CSU, parceiro da CDU de Merkel.
Ontem, o deputado europeu Paulo Rangel admitiu que em Portugal todos os riscos são possíveis. “Quando vemos os sinais de alarme crescerem, o que eles documentam não é tanto a ideia de que Portugal pode entrar em bancarrota, é mais profundo do que isso. Se não houver uma solução sistémica para a zona euro, os países mais vulneráveis, entre os quais Portugal, vão sofrer e pode-se gerar uma situação de descontrolo”, disse. Rangel reagiu violentamente à “ideia de propôr a nomeação de um comissário para tratar das matérias orçamentais da Grécia”. “Seria o princípio do fim, e insustentável para a democracia europeia, a nomeação de um governador para um território do império, como fez Napoleão”, disse. Rangel defendeu o avanço para o federalismo: “Precisamos de caminhar para uma federação que trate os Estados em paridade, porque o que temos hoje é uma constituição aristocrática, de uns países com mais peso do que outros”.
Com Lusa
ionline30 Jan 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

BEIRA SERRA promove-se na BTL


Face ao êxito alcançado com a participação de 2011, a ADIBER e os Municípios de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua irão novamente representar a Região da Beira Serra, num stand conjunto, na próxima edição da BTL – Feira Internacional de Turismo, que decorrerá de 29 de Fevereiro a 4 de Março, nos Pavilhões da FIL (Parque das Nações), em Lisboa. Aproximar o potencial turístico da Região da Beira Serra - natural, patrimonial, cultural, gastronómico - aos mercados e agentes do sector, na que é a mais importante Feira do sector no nosso País, é um dos principais objectivos desta presença, permitindo assim incentivar a atracção de novos turistas e visitantes, fundamentais ao desenvolvimento e crescimento deste
sector económico na nossa Região. No espaço Beira Serra serão destacados os principais factores que identificam e distinguem este Território, numa lógica de afirmação desta Região como destino turístico de qualidade, a qual passa por obter escala e dimensão a partir da promoção e divulgação das complementaridades que os vários Concelhos apresentam entre si, bem como na identificação de factores que contribuam para o aumento da competitividade das empresas e da qualificação dos empresários locais. Durante a BTL será conferido destaque à presença dos diversos agentes turísticos que desenvolvem a sua actividade nestes Concelhos, que terão oportunidade de efectuar novos negócios e diversificar os seus mercados
emissores, assim como serão promovidas a apresentadas as diversas iniciativas de animação que decorrerão nos vários Concelhos ao longo do ano, numa demonstração clara da capacidade empreendedora e do dinamismo característico das gentes da Beira Serra, que têm esperança num futuro mais promissor para este Território. Esta participação, que conta com o apoio do Subprograma 3 do PRODER, vem responder ao definido na Estratégia Local de Desenvolvimento para esta Região, que elegeu o Turismo como o sector de alavancagem para o seu desenvolvimento, a partir do qual será possível criar mais riqueza e novos empregos, essenciais para a fixação da população jovem. É com enorme satisfação que a ADIBER e os Municípios de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua estão disponíveis para receber e acolher todos quantos demonstrem interesse em visitar o espaço da BeiraSerra patente na BTL 2012.
www.radioboanova.com

7 Maravilhas: Góis candidata duas praias fluviais


A Câmara Municipal de Góis candidatou as praias fluviais da Peneda/Pêgo Escuro e Canaveias, do rio Ceira, ao concurso “7 Maravilhas – Praias de Portugal”. As praias, considera o município, oferecem condições de excelência e beleza natural ímpares.
Localizada no coração da vila de Góis, a praia da Peneda/Pêgo Escuro caracteriza-se por ter águas cristalinas, uma vasta área relvada e uma ilha de areia no meio do rio. Para além da beleza natural, esta praia possui igualmente um conjunto de óptimas infraestruturas de apoio (esplanada sobre o rio, acesso a deficientes, instalações sanitárias, duche, parque de merendas, aluguer de canoas), bem como, uma vista favorecida para a ponte real de Góis e rápido acesso ao centro histórico da vila.

A praia das Canaveias, localizada na freguesia de Vila Nova do Ceira, já foi distinguida com o galardão “Praia Acessível”, por permitir que pessoas com mobilidade condicionada possam deslocar-se não só à praia através de rampas e passadeiras, mas também às zonas relvadas de lazer, parque infantil, de estacionamento e de merendas, instalações sanitárias e bar/esplanada.
O concelho de Góis denomina-se como a “Capital do Ceira”, uma vez que o rio Ceira atravessa a sede de concelho, conferindo-lhe uma beleza singular. 
O sistema fluvial do rio Ceira apresenta um destacado valor ecológico que, associado às zonas montanhosas envolventes, assume grande interesse paisagístico.
A iniciativa “7 Maravilhas – Praias de Portugal” pretende promover a qualidade ambiental de Portugal, nomeadamente, dos recursos hídricos e a beleza da costa e dos rios e albufeiras, como factor decisivo na escolha de Portugal enquanto destino turístico. 
Divulgar o que de melhor o país tem para oferecer, enfatizando a qualidade e a beleza das praias, dos rios e albufeiras portugueses e projectando um país de grande riqueza natural são igualmente objectivos do concurso.
in Campeão de Províncias 

Armindo Neves

Está marcado para amanhã, terça-feira, 24 de janeiro, pelas 14 horas, o funeral de Armindo Neves, para o cemitério do Cadafaz, freguesia do concelho de Arganil. Locutor e responsável pelos programas do RCA "Amanhecer" e "Rostos da Serra", Armindo Neves esteve vários anos na Voz da Beira Serra, tendo falecido na passada sexta-feira, de morte súbita.
Armindo dos Anjos Neves era também Secretário da Junta de Freguesia do Cadafaz, Concelho de Góis, pelo que o Município de Góis, em comunicado enviado ao RCA NOTICIAS, expressa “a mais sentida solidariedade à família, pelo súbito falecimento do seu ente querido”.
Nascido em Cadafaz, Concelho de Góis, a 2 de Agosto de 1950, Armindo dos Anjos Neves era filho de Alcides Antunes das Neves e de Aucília dos Anjos Neves e casado com Isabel Palácio de Almeida Neves, e pai de Tânia Isabel e Bruno Miguel.
Exerceu as funções de Leitor Cobrador dos serviços de águas da Câmara Municipal de Góis, de 16 de Novembro de 1974 a Outubro de 2001 (mês da aposentação) e foi durante largos anos dirigente da Associação Social e Cultural dos Trabalhadores da autarquia. A Câmara Municipal de Góis atribuiu-lhe a Medalha de Bons Serviços por deliberação do executivo de 26.03.2004.
Armindo Neves, foi uma figura incontornável da vida social da região da Beira Serra e defensor da cultura popular, tendo dedicado parte da sua vida à atividade de fotógrafo e ao Rancho de Danças e Cantares da Freguesia do Cadafaz, e foi também um dos sócios fundadores da Confraria do Cabrito e da Castanha da Serra do Ceira.
Há duas décadas que conduzia o programa “Rostos da Serra” na Rádio Clube de Arganil. Reconhecido publicamente pela “Voz da Beira Serra”, além de ser possuidor de um espírito empreendedor e dinâmico, sempre preocupado com a sua terra e as suas gentes, a autarquia de Góis homenageou-o a 7 de Dezembro de 2011, por ocasião da Gala do Voluntariado “Gestos Solidários”.
in RCA

sábado, 14 de janeiro de 2012

O Jumento - NÃO. OS BURROS NÃO SÃO ELES… QUE DISSO, PERCEBO EU!


Vem o título, a propósito de um “artigo” escrito por um tal Vítor Jesus (não acredito que o tenha feito enquanto Presidente da Junta…) em que se faz um ataque cobarde aos trabalhadores da Câmara Municipal. Conheço-os bem e tenho, por eles, a máxima consideração e respeito. Claro que não são todos iguais no que diz respeito à dedicação, preparação e disponibilidade, mas isso acontece em todas as organizações públicas e privadas. A tentativa da adular quem comanda as instituições não pode desculpar tudo. Quando uma organização falha, a responsabilidade é de quem a orienta. Pelos vistos, todos percebemos que algo não vai bem na Câmara Municipal. Mas se os trabalhadores não cumprem, é porque quem os devia controlar, coordenar e MOTIVAR, não o faz ou pior, não o sabe fazer. 
É triste que se venha para os jornais enaltecer quem é o melhor e que, coitado herdou os piores trabalhadores do Mundo. A não ser…que tenha sido serviço encomendado, o que seria, ainda, mais lamentável. A eleição de pessoas que não percebem que ao serem eleitos deixam de poder falar a título individual, porque representam populações, terá de ser repensada. A “revolta” pela troca do nome é, simplesmente…hilariante e só importante para ele próprio!
No jornal onde foi publicada (!?) esta “notícia” ficamos a saber, pelo mesmo autor, que em Góis há dois meninos Jesus (a notícia foi publicada duas vezes…). Estou convencido que é uma premonição. Acho que daqui a dois anos, em Alvares, vamos mudar de menino Jesus. Que venha o antigo, mais maneirinho. Pode, desde já contar comigo para o aquecer nas palhinhas. Vou procurar uma vaca para me acompanhar, mas isso não falta cá pelo burgo… 
No mesmo jornal ficámos a saber que terminou a novela da Quinta do Baião, com a absolvição de todos os acusados. Ainda bem que acabou antes da Casa da Quinta ruir. Julguei que estavam à espera que morressem todos os acusados. É a nossa justiça. Foi bom para Góis que se vê afastada dos jornais pelas piores razões e fez-se justiça para todos aqueles (e eram muitos…) que nada tiveram a ver com o objecto da investigação. Mas atenção, não se endeuse as pessoas e se branqueie a situação. O juiz, na leitura da sentença referiu, claramente, que o processo teria outro desfecho se o crime de falsificação de documentos não tivesse prescrito. Isto significa que o crime foi provado e, portanto, todos os acusados de o terem praticado só se livraram da pena pela prescrição. Não é nada abonatório para os mesmos. Que sirva de exemplo para todos aqueles que voluntariamente se disponibilizam para desempenhar cargos públicos. A “coisa” pública é para servir e não para NOS servir…

13/1/12 02:47

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ADIBER: Tribunal absolve todos os arguidos

O Tribunal de Arganil absolveu, hoje (dia 10), todos os arguidos do processo que envolveu autarcas da Câmara Municipal de Góis e dirigentes da Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra (ADIBER).
“O processo teria outro desfecho se não fosse a prescrição do crime de falsificação de documentos, mas mesmo assim seria um ilícito menor”, referiu o juiz-presidente, declarando os arguidos absolvidos, sem custas, dos crimes de participação económica em negócio, fraude na obtenção de subsídio ou subvenção e presumível desvio de subsídio para fim diferente.
Para Lurdes Castanheira, actual presidente da Câmara Municipal de Góis, “este é o desfecho esperado”, dado que “todos os actos foram praticados com a melhor das intenções, em prol do desenvolvimento local”.
“Este processo terminou e queremos que sejam dissipadas todas as dúvidas”, declarou Lurdes Castanheira, recordando que “atravessou tempos difíceis, com o estatuto de arguida durante a campanha eleitoral”.
Os factos tiveram origem na aprovação por parte do Executivo camarário de Góis da venda à ADIBER de uma parcela da Quinta do Baião, em 1999, a qual tinha um projecto financiado em 234 000 euros pelo programa Leader II, tendo em vista a concretização de um projecto de agro-turismo, que nunca veio a ser concretizado.
O julgamento iniciou-se no início de Outubro de 2011, tendo sido extinta a responsabilidade criminal em relação ao ex-presidente da Câmara Municipal de Góis, Girão Vitorino, pelo seu falecimento, enquanto o médico José Cabeças, que também presidiu à Edilidade e à Direcção da ADIBER, esteve sempre impedido de comparecer devido a doença do foro psiquiátrico.
No decurso do julgamento também aconteceu o falecimento de Nuno Jordão, então gestor do programa comunitário Leader, que era acusado de uso de documento falso.
Os outros arguidos, agora todos absolvidos, são Manuela Gama, Humberto de Matos, Maria Helena Mateus, José Ângelo, Luís Miguel Silvestre e Miguel Ventura (autarca socialista da Câmara Municipal de Arganil e coordenador da ADIBER).
Foi também confirmada pelo Tribunal a extinção do processo de execução fiscal de que a ADBER foi alvo, tendo em conta o pagamento de 25 064 euros e o Ministério da Agricultura ter considerado como “devidamente justificada e aplicada aos fins a que se destinava” a restante verba.
in Campeão 10.01.12 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Geração André


Geração André

25 de Dezembro. Foi o último dia do André na redacção. Sentou-se à mesa, no bar, como se fosse ficar ali para sempre. Como se aquela fosse a sua casa. Como se a dedicação e o brilhantismo de seis meses de estágio fossem suficientes para garantir um lugar entre nós.
O André foi o melhor estagiário que passou por aquela redacção desde que cheguei. O André trabalhou dia e noite, fez sábados, domingos e feriados. Dispensou folgas, esqueceu horários, correu, transpirou, apanhou chuva, frio e voltou sempre com aquele sorriso de quem ama o jornalismo. O André fez reportagens brilhantes: entrevistou ministros, pescadores, sem-abrigo, artistas de circo, sempre com o mesmo rigor, a mesma dedicação, o mesmo profissionalismo. O André aprendeu a editar, a legendar, a sonorizar e a escrever como poucos. O André será um grande jornalista deste país, se o país deixar. O André foi-se embora no dia de Natal, depois de mais uma jornada de intenso trabalho na redacção. Acabou o estágio.
A crise. A crise. A “crise diz” que não há espaço para o André numa empresa com nove milhões de lucro. O André não é bom. O André é muito bom. Mas ser muito bom não chega num país liderado por medíocres. E é este o drama da geração do André. Esqueçam esse eufemismo da “geração à rasca”. Esta é a geração sem futuro num país liderado por uma geração parida pelas “vacas gordas” do cavaquismo à qual o guterrismo deu de mamar. É esta, sim. É esta a geração que mostrou o rabo indignada contra o aumento de meia-dúzia de tostões nas propinas. Tão rebeldes que eles eram.
Chegou ao poder a geração do “baixa as calças”, a geração jota. É a mesma coisa. Quando não havia emprego, sobrava o partido. Quando não havia partido, sobrava o amigo do partido, ou uma sociedade de advogados. E foi andando assim, nos anos loucos do Portugal do “Progresso” de Cavaco Silva, ou no país da “Razão e Coração” de Guterres. Foi-se o Progresso, ficou o monstro do Estado cheio de parasitas. Faltou a razão e o coração começou a vacilar. Já instalada nos corredores do poder, a geração habituada a baixar as calças, indignada claro, calou-se e deixou-se embalar. O poder… O poder ali tão perto.
Hoje, é a geração que cresceu no tempo das “vacas-gordas” que vem falar de flexibilização laboral. Que fale. Que avance para a reforma do mercado de trabalho, sem medo, mas que entenda que isso só faz sentido se for para proteger os “Andrés” deste país. O problema é que a geração do poder, habituada a baixar as calças, fala pelos livros: leu por aí qualquer coisa sobre isso. Sopraram-lhe.
É disso que os abutres gostam: de quem baixa as calças e não sabe muito bem do que fala. É aqui que mora o perigo.
A reforma da legislação laboral deve ser feita em nome dos miúdos como o André e não para desafogar empresas que em dez anos acumularam mais de 500 milhões de lucro. O ponto de honra tem de ser outro: valorizar o mérito e conceder oportunidade a quem mostra que tem valor. Dói? Vai doer a alguém, claro. Vai doer a quem está há anos encostado, por preguiça, a fazer os serviços mínimos na empresa, a quem não acrescenta valor, a quem não veste a camisola, nem está disposto a inovar e a tentar fazer diferente todos os dias. A esses vai doer. Que doa!
Essa reforma deve ser feita tendo por base a ideia de que um estagiário como o André, brilhante, depois de seis meses a pagar para trabalhar, não pode não ser absorvido por uma empresa que dá nove milhões de lucro. Não pode. Doa a quem doer. Se para isso é preciso flexibilizar o despedimento do medíocre, do preguiçoso, do incompetente, vamos a isso. Um país que desperdiça a geração do André é um país condenado. Estes miúdos já não exigem um emprego para a vida. Querem apenas uma oportunidade.
Bem, deixemo-nos de utopias. Quando o poder é financeiro e os líderes medíocres, já toda a gente percebeu onde é que isto vai parar. Os deputados que alteram a Lei trabalham nas sociedades de advogados que prestam serviços às empresas interessadas em despedir. Está tudo dito. Um pouco como o contrato da barragem do Tua. O ministério do Ambiente tutela parte do processo e o contrato de concessão com a EDP, que pressupõe uma indemnização de quase 100 milhões de euros em caso de quebra, tem sido seguido pela antiga firma de advogados da ministra.
Deixemo-nos de utopias, de facto. Esta será mais uma reforma perdida para a maioria. O André continuará a enviar currículos. As empresas vão aproveitar a crise e a Lei. Um dia, o André acordará cansado e sem forma de continuar a trabalhar de borla em nome do sonho. Ou emigra, ou acaba na caixa do hipermercado para pagar a renda da casa que partilha com os amigos. “Não há drama”, grita a geração do poder. Pois não. Nem futuro.
01/01/2012 por 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Jumento - TDT Góis Sem Sinal


A sigla TDT bem poderia significar, em vez de Televisão Digital Terrestre, TRAFULHICE Digital Terrestre. De facto, a cobertura de sinal em grande parte do interior do País, é manifestamente deficiente, sendo muitos os que não poderão ver televisão a não ser por via satélite. 


Góis não é, mais uma vez exceção e grande parte do Concelho não captará a TDT.
Mas isso não impede que pessoas com poucos escrúpulos venham a impingir televisões, descodificadores e antenas em locais onde o problema só se resolverá por satélite.
Basta consultar o site www.tdt.telecom.pt, digitar a morada para perceber que a cobertura, em Góis, é quase nula. Nem na Praça da República se tem sinal. Imagine-se o resto! Claro que simpaticamente, no site, nos informam com resolver o problema: Para aceder à televisão digital via satélite necessita de um Kit TDT complementar, que é constituído por um equipamento descodificador DHT, um telecomando, cabos de ligação e um smartcard.

E as nossas Autoridades Locais, como é hábito, nada fazem para elucidar e defender quem, de facto, os colocou nos lugares que desempenham. E podiam fazer: desde logo, aproveitando os jornais a quem PAGAM para publicar notícias que apenas servem para se auto-promover e, porque não, o verso dos recibos de água (que todos recebem em casa, menos os que cá não vivem, mas esses não têm problema nenhum…) e informar a população, em vez de propaganda barata de eventos semanais que ninguém frequenta. Já viram que até nas aldeias de xisto, onde se enterraram ( o termo é bem aplicado…) milhões de euros para não haver cabos exteriores, agora vamos ter “pratos” de antenas parabólicas para ver TV?

A defesa do interesse público, o apoio às populações, a solidariedade com a terceira idade, a tentativa de reverter a desertificação, avaliam-se nestas posturas. Mas, para isso é necessário ter sensibilidade. Para isso é necessário COMPREENDER, CONVIVER, enfim, REPARTIR. 
Outro tanto se está a passar com a reorganização administrativa. Cria-se um grupo de trabalho com políticos (como se isso não interessasse a todos nós…), que reuniu uma única vez e ninguém sabe os resultados. Um partido político faz, em Góis, uma convenção autárquica, à porta fechada, para discutir o problema mas, a Presidente da Câmara, que é Presidente da Comissão Política desse partido nada faz para discutir e esclarecer o assunto. Depois, admirem-se que a decisão venha de Lisboa e que, a régua e esquadro, façam desaparecer as Freguesias de Colmeal E Cadafaz. De quem será a culpa então?

E O BURRO?.............SEREI EU?

4/1/12 02:00