sábado, 16 de março de 2013

O Jumento - GRANDOLAR…

Corro o risco de, mais uma vez, estar em desacordo com a maioria. No entanto, considero abusiva a utilização da canção do Zeca Afonso como música de fundo das inúmeras manifestações que se organizam por esse País fora.

Grândola, vila morena, foi uma das senhas que o movimento dos capitães no dia 25 de Abril de 1974 utilizou para o despontar da chamada revolução dos cravos. Nesse dia foi restituída a Liberdade aos portugueses que lhe havia sido retirada pela ditadura de mais de 40 anos protagonizada por Salazar e companhia.
E só essa Liberdade permite que os milhares de manifestantes possam vir para as ruas reclamar contra este Governo profundamente Liberal que toma medidas que tanto nos oprimem a todos (ou quase todos…). É pois, na minha opinião legítima e salutar a forma como, ordeiramente, essas manifestações têm decorrido. Vêem-se pessoas de todas as idades, de todas as tendências políticas, de todas as classes sociais a protestar contra aquilo que os oprime e torna a sua vida insuportável. Eu, também protesto.
Mas, daí a cair no ridículo de pretender, por maiores que elas sejam, que as manifestações poderão servir para derrubar governos, vai um enorme passo. Não podemos esquecer que este Governo foi legitimamente votado e eleito pela maioria do Povo. Não sendo através do Sr. Presidente da República que pode dissolver a Assembleia da República, deverá ser o Povo, através do voto que deverá penalizar o Governo. Como o fez com o Eng.º Sócrates depois de um péssimo 2º mandato e depois de, parece que já nos esquecemos, ter pedido a demissão. É assim que funciona a Democracia, com todos os perigos que ela nos pode acarretar. Ou já nos esquecemos que o Hitler também foi eleito democraticamente, persegui e assassinou milhares de judeus, agrediu e invadiu estados soberanos e sempre teve o apoio do Povo?
Ora, em Democracia, a arma que as pessoas têm é, para além da livre manifestação, o voto. E seria interessante saber que percentagem destes manifestantes exerce esse direito que também é um DEVER.
E, já agora, onde votam. O tradicional, em Portugal é ganhar o PS ou o PSD. É aí que vota a maioria dos portugueses. Isso significa que são estes partidos que têm a maior quota de responsabilidade no estado a que o País chegou. Qual é a diferença entre a margem mais à direita do PS e a mais à esquerda do PSD? Não será verdade que, em Portugal, o Partido Socialista de socialista só tem o nome? Ideologicamente, não será Social-democrata? E o PSD não será neo-liberal ou mesmo Liberal, como se apresenta esta facção que nos Governa? Então, queremos derrubar o Governo, para quê? Para serem convocadas eleições, não irmos votar e ganhar o PS para fazer a mesma política, chamando-lhe outro nome? O problema não está nos partidos, mas sim nas políticas que executam. 


Voltando às manifestações que, como já disse são, em minha opinião, legítimas e compreensíveis, ela não podem ser banalizadas. Nas primeiras manifestações a seguir ao 25 de Abril, a comoção era geral, não se cantava por cantar, exibiam-se orgulhosamente os símbolos dos partidos nas lapelas dos casacos, nas bandeiras, nas boinas, nos lenços, etc. Agora, pretende-se enganar as pessoas, fala-se em manifestações espontâneas de meia dúzia de gatos pingados, que se dizem apartidários mas que, se calhar involuntariamente, levantam os punhos fechados (esquerdos e direitos) identificando-se partidariamente. 

Não podemos banalizar as manifestações. 
Não devemos vulgarizar as nossas canções históricas. A Grândola, vila morena, tem de ser cantada com um embargo de voz, o sem não deve sair da garganta mas do coração. Deve ser cantada por quem a sente e compreende, por quem sabe a sua letra e não se engana nem nos engana e nunca cantada por gente que há um ano se recusava a trauteá-la em público por vergonha de se assumir de esquerda.
Se a ideia é, ao mesmo tempo, fazer uma homenagem ao Zeca Afonso porque não cantar os Vampiros e dedicá-la a todos os que nos têm sugado o sangue nestas últimas décadas?
A minha Grândola preservem-na, para verter a lágrima teimosa e nostálgica, quando ponho o vinil a rodar e me lembro de Portugal no tempo da Ditadura e em todos aqueles que deram o contributo para que ela acabasse. Muitos deles, não estão nestas manifestações. Outros, que lá estão, nada fizeram para que ela acabasse.
8/03/13

sexta-feira, 1 de março de 2013



| 2 de Março |

10:00
Praça da República | Horta

14:00
Praça 5 de Outubro | Torres Novas

14:30
Liszt Ferenc tér | Budapeste
Praça 25 de Abril | Caldas da Rainha

15:00
Praça Velha | Angra do Heroísmo
Avenida Central | Braga
Praça da República | Coimbra
Praça do Município| Covilhã
Narvavägen 32 | Estocolmo
Embaixada Portuguesa | Londres
Parque da Cerca | Marinha Grande
Consulado Geral de Portugal | Paris
Largo 2 de Março | Ponta Delgada
Praceta Alves Redol | Santarém
Rossio | Sines
Jardim em frente ao Colégio | Tomar
Praça da República | Viana do Castelo

16:00
Estação CP | Aveiro
Largo do Museu | Beja
Praça do Município | Castelo Branco
Largo das Freiras | Chaves
Estação da CP | Entroncamento
Praça do Giraldo | Évora
Largo do Carmo | Faro
Praça do Município | Funchal
Praça Velha | Guarda
Fonte Luminosa | LeiriaPraça Marquês de Pombal | Lisboa
Praça da República (Mercado) | Loulé
Avenida da Liberdade | Ponte de Sor
Praça Manuel Teixeira Gomes | Portimão
Praça da Batalha | Porto
Largo José Afonso | Setúbal
Frente à Câmara Municipal | Vila Real
Jardim de Santa Cristina | Viseu

16:30
Praça da República | Portalegre

17:00
Consulado Geral de Portugal | Barcelona
Calle de Lagasca | Madrid

18:00
Boston Public Library | Boston

in queselixeatroika15setembro.blogspot