A câmara e as direções do Agrupamento de Escolas de Góis e da respetiva associação de pais estão contra a decisão “unilateral” do Ministério da Edução de encerrar a Escola Básica de Ponte do Sótão, frequentada por 23 alunos.
O fecho da escola do 1.º ciclo resulta de “uma decisão, unilateral, que contraria em tudo a posição do município, da direção do Agrupamento de Escolas de Góis e da direção da Associação de Pais e Encarregados de Educação das Escolas do Concelho de Góis”, disse hoje à agência Lusa a presidente da câmara, a socialista Maria de Lurdes Castanheira.
Segundo a autarca, a deliberação da tutela “viola claramente” a legislação relacionada com os direitos das pessoas com deficiência e da constituição das turmas para o 1.º ciclo.
A escola de Ponte de Sótão funciona formalmente desde o ano letivo 2008/2009 como sala de apoio, dado que, nessa altura, tinha uma frequência escolar de 10 alunos, mas atualmente tem 23 alunos a tempo inteiro, “estimando-se para o próximo ano letivo uma frequência igual ou na, pior das hipóteses, de 22 alunos, já matriculados”, assegurou a autarca.
“A realidade de 2008/2009 em nada se compara à atual”, sublinhou Maria de Lurdes Castanheira, sustentando que “hoje, à luz da lei, a escola deve manter-se e o próprio Ministério da Educação, ao invés de propor o encerramento, devia aplaudir o aumento do número de alunos em zonas despovoadas do interior do país”.
A tutela, salientou a responsável, deveria congratular-se por reabrir uma escola básica que há cinco anos evidenciava fortes sinais de encerramento definitivo.
“Perplexa” com a decisão de encerrar o estabelecimento, Maria de Lurdes Castanheira afirmou que a Câmara de Góis, em articulação com a direção do Agrupamento de Escolas do Concelho, já tinha manifestado “o seu total repúdio pela proposta de reordenamento da rede escolar para o ano letivo de 2014/2015”.
A posição foi manifestada ao ministério.
A câmara e as direções do Agrupamento de Escolas e da Associação de Pais de Góis promovem hoje à noite, em Ponte do Sótão, uma reunião com os pais e encarregados de educação para debaterem o fecho da escola.
Agencia Lusa, 25/06/14