A autarca acusou o seu antigo “número dois” de “falta de lealdade e incompetência” no exercício das funções autárquicas
A presidente da Câmara de Góis, a socialista Lurdes Castanheira, foi 
constituída arguida num processo por difamação movido por um vereador do
 seu partido, confirmou nesta quinta-feira a própria à agência Lusa.
O
 processo remonta a finais de 2014, quando José Rodrigues, eleito na 
lista do PS, se sentiu ofendido por declarações à imprensa em que a 
presidente acusou o seu antigo “número dois” de “falta de lealdade e 
incompetência” no exercício das funções autárquicas.
A 
presidente da Câmara retirou os pelouros e a confiança política a José 
Rodrigues, que no anterior mandato (2009-2013) tinha assumido a 
vice-presidência e que, em Dezembro de 2014, desempenhava funções no 
executivo a tempo inteiro.
Na sequência da queixa-crime
 ao Ministério Público, Lurdes Castanheira foi ouvida na 2.ª Secção do 
Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, estando o 
inquérito já concluído.
A arguida foi acusada pela 
prática do crime de difamação nos autos de um processo, agora em curso 
no 3.º Juízo da Instância Local Criminal da Comarca de Coimbra, no qual 
José Rodrigues figura como assistente.
Lurdes 
Castanheira disse hoje à Lusa que “não tinha intenção de ofender” o 
vereador, alegando que as suas declarações “infelizmente foram 
deturpadas” pela comunicação social.
Em Dezembro de 
2015, por proposta de José Rodrigues, a Câmara de Góis retirou à 
presidente as competências que tinha delegado em Lurdes Castanheira no 
início do mandato.
Na ocasião, em declarações à Lusa, o
 vereador disse ter tomado tal iniciativa por entender que a presidente 
“deixou de reunir condições mínimas para continuar à frente dos destinos
 da autarquia de Góis, após o chumbo por duas vezes do orçamento” e das 
grandes opções do plano para 2016.
Nos últimos meses, 
José Rodrigues e os dois vereadores da oposição, Diamantino Garcia e 
Helena Moniz, eleitos pelo Grupo de Cidadãos Independentes por Góis, têm
 tomado várias posições em conjunto, acabando por funcionar como maioria
 num executivo constituído por cinco membros.
Em Julho,
 Garcia, Moniz e Rodrigues, todos antigos vice-presidentes da Câmara 
eleitos em listas do PS, abandonaram a reunião da Câmara em desacordo 
com a presidente sobre alterações ao mapa de pessoal.
Em Agosto, o presidente da mesa da Assembleia Municipal, José António Carvalho, do PS, renunciou ao cargo.
Lurdes Castanheira reafirmou que “continua a ponderar” avançar com uma acção em tribunal com vista à dissolução do executivo.
in Público, 15.09.2016
 
 
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