quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Alvares não entra em Confrarias

Chã de Alvares - Reflexões

A freguesia de Alvares Excluiu-se ou foi Excluída da Confraria do Cabrito e da Castanha da Serra do Ceira?
Li numa das últimas edições do "O Varzeense", que no dia 9 de Novembro foi assinada a escritura da constituição da Confraria do Cabrito e da Castanha da Serra do Ceira. Ao começar a ler o artigo alegrei-me com o acontecimento, acreditando que esta confraria poderia ser a grande alavanca para que, dois dos produtos mais característicos de todo o concelho de Góis, se tomem num potencial factor de desenvolvimento e criação de riqueza também em todo o concelho. Isto se, a referida confraria não se confinar única e exclusivamente a um grupo de personalidades trajadas a rigor - normalmente com bonitas capas e charmosos chapéus - que se encontram duas ou três vezes por ano, à volta de uma mesa, para saborear o respectivo cabrito e as respectivas castanhas.
Efectivamente, uma confraria pode e deve ser muito mais que isso. Deve fundamentalmente ser o veículo por excelência para a promoção e divulgação destes produtos, tão característicos do nosso concelho, contribuindo assim para, dinamizar e rentabilizar um vasto leque de sectores económicos (como a produção, a transformação e a comercialização dos mesmos) e com estes sectores dinamizar outras actividades, que se possam desenvolver em redor destes mesmos produtos.
No entanto, quando terminei de ler o artigo e verifiquei a foto dos fundadores da confraria, reparei que todas as freguesias de Góis estavam representadas, excepto a de Alvares - é certo que da Junta de Freguesia de Góis também não havia ninguém, mas como estava presente a Sr.a Presidente da Câmara, tomei como natural a representação pelo menos geograficamente da freguesia de Góis. Ora, perante esta constatação uma pergunta me ocorreu:
A freguesia de Alvares exclui-se ou foi excluída? Desmarcou-se da iniciativa ou pura e simplesmente não foi convidada?
Embora o artigo refira, e passo a transcrever " ... de acordo com a Dr.ª Maria de Lurdes Castanheira a nova confraria será uma forma de revitalizar e dinamizar, para além da freguesia do Cadafaz as restantes freguesias do concelho ao promover acções que abranjam todo o concelho ... ", parece não ser lógico, e até muito estranho a freguesia de Alvares ser a única a não possuir um representante no núcleo fundador.
Se a Freguesia de Alvares se excluiu, por desinteresse dos seus representantes autárquicos - quer tenha sido do actual ou do anterior executivo - é muito grave. Se foi excluída pelos mentores desta iniciativa, então ainda é muito mais grave, é gravíssimo.
No entanto, quer tenha sido excluída ou se tenha excluído, era dever do executivo camarário, nomeadamente de quem o lidera tudo fazer para que todas as freguesias participassem na constituição desta confraria, mesmo que as suas características, geográficas, climáticas, económicas ou demográficas fossem diferentes, o que nem é o caso, pois a única diferença reside no facto da Freguesia de Alvares- estar inserida na bacia hidrográfica do rio Zêzere e as restantes na bacia do rio Ceira. Mas mesmo que por hipótese, o executivo da Junta de Freguesia não pretendesse fazer parte da génese desta confraria, deveriam os seus mentores, nomeadamente o executivo municipal como principal patrocinador da iniciativa - convidar, ou diligenciar para que fosse convidado outro representante da freguesia de Alvares, nomeadamente do movimento regionalista, que nesta freguesia tem dado provas de grande sentido de responsabilidade, empenho e dedicação ao longo dos últimos oitenta anos.
Quando está em causa a promoção e divulgação de um património que abrange e está disseminado por todo o concelho de Góis e que pode ser um grande factor de desenvolvimento e de enriquecimento do mesmo concelho, ao mesmo tempo que poderá contribuir para estancar a desertificação humana que é, sem dúvida, o nosso maior flagelo, não nos podemos dar ao luxo de segregar e descriminar ou - se foi o caso - de separatismos e sectarismo bacocos e retrógrados, que não contribuem em nada para o progresso do município e para o bem estar das populações.
Outro pormenor em que deveriam ter dado melhor atenção foi ao da designação da confraria, mesmo que a iniciativa da constituição desta confraria tenha partido da freguesia do Cadafaz - como a notícia
dá a entender - e só depois tenha sido aberta a outras freguesias do concelho, a designação "Confraria do Cabrito e da Castanha da Serra do Ceira", poderia ter sido outra, porque " ... da Serra do Ceira", além de difícil localização, nomeadamente para quem não é da região, pode ser visto e entendido como algo limitativo do ponto de vista geográfico, e assim ser também um factor de desagregação e divisionismo.
Mas como nunca é tarde para reparar os erros cometidos - só não erra quem nada faz - e independentemente de quem o cometeu, faço votos para que esta confraria seja de todo o concelho e que, portanto, a freguesia de Alvares também nela esteja representada. Pois como escrevi no início, esta iniciativa, desde que bem conduzi da, pode-se tomar uma alavanca fundamental para a promoção e desenvolvimento de todo o concelho.
José Manuel Simões
in O Varzeense, 15/122009

2 comentários:

  1. Li atentamente o seu texto, Concordo integralmente com tudo o seu conteúdo é de lamentar que situações como esta ainda aconteçam, num conselho como o de Góis. Seja a culpa de quem quer que seja, nada justifica um erro tão grave. Embora isto não me surpreenda muito, tendo em conta que estamos a falar de Góis, onde muitas vezes se sente a regra de cada um por si.Começando pela autarquia que pouco de bom tem mostrado pelos interesses do concelho e dos seus munícipes.
    Embora eu também acredite que eventos como este não passem de puro exibicionismo, e alguns bons almoços entre os confrades.
    Vamos crer que estou enganado, mas terei de ver primeiro, para poder acreditar.
    Acácio Moreira

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  2. Eu sei que todas as freguesias foram convidadas,mas não me posso identificar porque não pertenço ao executivo da junta do Cadafaz.
    Nenhuma freguesia ficou por convidar.
    Agora se Alvares arranjou um presidente de junta que só está disponivél,para os assuntos da junta,nos dias que lhe calha a ir aí fazer serviço de enfermagem não sei!
    Sim,porque também sei que ele pediu autorização no Centro de Saúde para fazer o seu serviço de enfermagem e o da junta em conjunto! E que lhe foi concedido esse pedido!
    Afinal a junta de Alvares tem um presidente a tempo quê?! parcil e ocasional? a meio tempo?
    Mas como vi,na tomada de posse e quando foi chamado pelo seu nome,com residencia em Alvares,e que ele jurou pela sua honrra tudo ser verdade...!
    Perguntei-me:
    Mas Alvares não tem nome de ruas?
    Mas onde é a casa onde mora o enfermeiro Vitor?
    Mas isto é uma palhaçada e ele ainda nem tomou posse e já está a mentir?
    Por isso é natural que não tenha tido tempo para ir á tomada de posse dessa confraria e agora também venha dizer que não foi convidado!
    E que acredito que seja mais uma forma de haver"comezanas"também acredito como o senhor,sr Acácio!

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