sábado, 26 de fevereiro de 2011

Góis dedica montaria a Girão Vitorino

Góis vive amanhã a sua primeira e única montaria ao javali do calendário venatório. Mas mais do que uma caçada, representa uma homenagem ao antigo autarca, José Girão Vitorino, bem como o cumprimento de uma promessa que este havia feito, em 2008, altura em que se realizou a última montaria no concelho.
Helena Pedruco, engenheira da Câmara Municipal de Góis, recorda que, na altura, os preparativos correram da melhor forma e foram muitos os caçadores que ocorreram a Góis, mais concretamente à freguesia de Alavares, onde decorreu a montaria. Todavia, a sorte esteve do lado da caça e não dos caçadores «e não se abateu qualquer exemplar». Um resultado que deixou a organização, da responsabilidade da Câmara de Góis, visivelmente apreensiva e levou o então presidente, José Girão Vitorino, a fazer uma promessa, no sentido de organizar uma montaria para oferecer aos frustrados caçadores. A doença, que acabaria por lhe roubar a vida, não deixou que o antigo autarca cumprisse a promessa, mas a actual presidente, Lurdes Castanheira, decidiu assumir essa tarefa e honrar o compromisso feito, transformando, também, esta montaria numa homenagem a José Girão Vitorino.
Trata-se, pois, como sublinha Helena Pedruco, de «uma montaria especial» aquela se vai realizar amanhã nas freguesias de Góis e Cadafaz. A oferta que Lurdes Castanheira pretendia fazer aos monteiros que ali se deslocaram em 2008 não é possível, «por questões burocráticas», explica aquela técnica, ser feita a custo zero. Todavia, o valor da inscrição (com pequeno almoço e almoço incluído) acabar por ser «simbólico», uma vez que se cifra em 12,5 euros, significativamente mais barato do que é habitual.
Caçadores interessados não faltam, garantiu ontem ao Diário de Coimbra Helena Pedruco, apontando as 60 inscrições já preenchidas e uma lista de espera que já ultrapassa as duas dezenas, com alguns «caçadores inconformados» por já não haver “espaço” para participarem. Quanto aos javalis, de acordo com aquela responsável, «eles têm sido vistos e, inclusive, temos fotografias», que atestam a presença dos animais na mancha. Todavia, adianta, «uma montaria é sempre uma incógnita», tendo em conta que os animais podem afastar-se para outras zonas. Mais grave  – e esse é o grande receio da organização – são as situações de “boicote”, como recentemente aconteceu na Lousã, recorda Helena Pedruco. Por isso os organizadores estão a planear, até amanhã, “montar guarda” ao espaço, no sentido de evitar a presença de intrusos mal intencionados.
Restabelecer equilíbrio
Esta primeira e única montaria deste ano no concelho de Góis e também a primeira desde a má experiência de 2008, tem um objectivo lúdico, dando resposta ao prazer da caça, mas tem também em vista a necessidade de restabelecer um equilibro biológico na região. Helena Pedruco aponta os prejuízos florestais e agrícolas que o excesso de animais desencadeia e recorda que, nas últimas três décadas, com a migração para as cidades, o abandono dos campos e das matas, se criou, na região de Góis, um ”paraíso” para os javalis. «Há sossego e há comida», e, como tal, o número de exemplares foi aumentando ao longo dos últimos anos. E, sublinha, «se há épocas em que há fartura alimentar», por exemplo na época da castanha ou dos cogumelos, há outras alturas, especialmente no Verão, em que escasseia e leva os javalis a «descerem para junto das populações», atacando as culturas. Helena Pedruco sublinha o efeito nefasto desse “assalto”, tendo em conta que se trata de «uma agricultura de subsistência, que requer muita mão-de-obra e custos elevados», cuja destruição, para além do prejuízo económico, «tem um forte impacto psicológico». Isso tem levado, esclarece, «muitas pessoas a deixarem de cultivar os terrenos que estão mais distanciados das povoações».
A caçada pretende, pois, esclarece aquela técnica camarária, «restabelecer o equilíbrio ambiental», salvaguardando a população de javalis, mas também os habitantes das aldeias do concelho e os seus bens. E isso só se consegue “controlando” o número de exemplares, ou seja, abatendo alguns deles. A montaria amanhã cumpre, precisamente, esse propósito.

Encontro dos monteiros
junto aos Paços do Concelho
O encontro dos monteiros está marcado para as 6h00, junto aos Paços do Concelho de Góis. Segue-se o “taco”, o pequeno-almoço reforçado, que vai ser servido na Residência de Estudantes, espaço onde o director da montaria, José Luís Pereira Dinis, vai dar alguns conselhos aos participantes. «Estamos a falar de uma caçada, do uso de armas de fogo e, como tal, todo o cuidado é pouco», refere Helena Pedruco. Às 10h00 caçadores e matilhas partem utmo à mancha e antes das 11h00 tudo deve estar a postos para a caçada, que se prolonga até às 14h00, altura em que se assiste ao regresso à Residência de Estudantes, onde também vai ser servido o almoço.
in Diario de Coimbra 25/02/11

5 comentários:

  1. E então que tal? Quantos abateram? Deu para a feijoada de hoje, ou foi preciso ir comprar a "trombinha" ao talho?!!!

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  2. E se começasses por dizer o teu nome, pá, não seria muito melhor? Assim, arriscas-te a entrar na categoria dos anónimos FILHOS DA PUTA! Com letras garrafais. MUR

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  3. Anónimo1/3/11 14:45

    A comadre da tua madrinha é que será

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  4. Anónimo1/3/11 17:41

    Deixe lá a besta! Tiraram-lhe o cabresto, escoiceia por aí à toa!... Vozes de burro...

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  5. Vozes de burro... não chegam até mim! MUR

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