sábado, 28 de maio de 2011

PS faz desaparecer imigrantes da campanha depois do escândalo (ilustração livre)

As dezenas de imigrantes paquistaneses e indianos que têm agitado bandeiras, dado apertos de mão ao secretário-geral do Partido Socialista nos últimos dias e enchido salas de comício não compareceram ontem na campanha do PS em Campo Maior. A direcção de campanha garantiu ao i que se trata de uma "estrutura voluntária que não é controlada" e que poderá não voltar a aparecer. O desaparecimento destes apoiantes -comerciantes do Martim Moniz, em Lisboa, e trabalhadores da construção civil que estiveram com José Sócrates em Beja, Coimbra e no comício de Évora de sábado - acontece depois de os órgãos de comunicação social, atraídos pelos turbantes, terem começado a fazer perguntas.


"Sócrates é muito boa pessoa, tratou de dar nacionalidade, tratou de tudo", disse ao i um dos indianos presentes no comício de Sábado em Évora, onde foram poucos os alentejanos a encher a sala e visível a população de turbantes. A campanha garante que os imigrantes "se ofereceram em Lisboa como voluntários para acompanhar a comitiva socialista". Ainda assim, há entre os viajantes casos de fome e garantias de que a presença nos comícios é trocada pela certeza de uma refeição quente.



Ontem, o tema foi abordado indirectamente pelo candidato centrista. "Não é preciso trazer gente de fora, nem em transporte colectivo organizado pelo partido. A gente está aqui porque quer e porque está a pensar seriamente votar CDS", afirmou Paulo Portas em Ponte Lima. Nas redes sociais, também houve ecos. Nogueira Leite, conselheiro económico do PSD, ironizou, dizendo que o alegado apoio dos imigrantes nos comícios socialistas em troca de refeições era um exemplo do Estado social que Sócrates defendia. 



Publicitado o caso, desapareceram, primeiro, alguns turbantes - substituídos por chapéus de campanha do PS. Depois, sumiram-se os imigrantes, muitos que mal articulavam uma palavra em português e que não podiam votar nas eleições legislativas de 5 de Junho por não terem nacionalidade portuguesa. A duvida fica: se foram transportados de Lisboa para o Alentejo no autocarro socialista como é que regressaram a casa?



Encostar PSD à direita Nos últimos dias, José Sócrates tem tentado encostar o PSD à direita, numa tentativa de captar votos ao centro. Uma estratégia seguida desde o início da campanha oficial. O secretário-geral socialista agitou o fantasma do regresso aos tempos da ditadura, se o PSD vencer as eleições. "O que ele querem é que haja uma educação para pobres e outra para ricos como havia antes do 25 de Abril", disse o candidato em Elvas, depois de já ter dito em Ourém que o país "teve uma ditadura que nunca apostou na educação", reservada nesses tempos "às elites".



A intenção dos socialistas é a de distanciar o projecto de Passos Coelho da social-democracia e colá-lo o mais possível à direita. Nas muitas referências feitas ao PSD nos primeiros dois dias de campanha, Sócrates critica o projecto de revisão constitucional e as alterações que o programa de Passos preconiza para o Estado social. "O modelo social europeu não é só património dos socialistas, é também dos social-democratas e da doutrina social da igreja católica", afirmou Sócrates, num almoço, no sábado, em Ourém, acusando Passos Coelho de ter "um preconceito social".



O discurso do PS não foge muito do guião definido para esta campanha e passa essencialmente por ataques ao PSD e pela defesa do Estado social, principalmente em áreas como a educação a saúde e o trabalho. "Lutaremos contra o aventureirismo privatizador da direita nas funções sociais do Estado", disse Pedro Marques, cabeça-de-lista por Portalegre, em Elvas.



Os ataques a Passos Coelho não são só feitos pelo secretário-geral do PS e vários socialistas têm realçado o facto de o presidente do PSD não ter experiência de governo. "Não tem experiência, nem equipa", disse o ministro da Agricultura, António Serrano, num almoço em Ourém no Sábado. Umas horas depois em Évora foi Capoulas Santos a acusar Passos Coelho de ter enviado o seu "putativo ministro das Finanças para o exílio no Brasil". Em declarações ao i, o ex-director de campanha de Sócrates para a liderança do PS disse que Catroga "tem muito poucas condições" para integrar um governo de coligação, se o PS vencer as eleições e fizer uma aliança com os sociais-democratas, e classificou como "um susto" a "entourage" de Passos Coelho.



A presença de Sócrates nas arruadas é contida e o PS aposta sobretudo nos almoços e nos comícios ao fim do dia. Em Campo Maior - terra com uma forte influência do comendador Rui Nabeiro, dono da Delta Cafés - o PS conseguiu, até agora, a melhor arruada. Os imigrantes indianos e paquistaneses foram substituídos ontem na rua pelos trabalhadores das empresas do grande magnata do café - o principal empregador da região. O secretário-geral do PS não tem escapado a algumas críticas dos populares, que se insurgem contra a situação a que o país chegou e, como dizia um habitante de Évora, contra "os luxos gastos em campanha". Os socialistas já garantiram que vão gastar menos do que o habitual, mas não abdicaram - como os partidos de direita - dos outdoors, embora só tenham colocado um cartaz em cada distrito.
in i online, 23/05/11

8 comentários:

  1. Um Partido que recorre a estas manhas para encher comicios, com certeza não tem segurança em si próprio. E se eles estão inseguros, porque é que os portugueses haveriam de confiar neles outra vez?! Eles, responsáveis pela desgraça do país, caras de anjo mau!

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  2. Não não... "Eles" não têm culpa nenhuma... O PSD é que tem!!!...
    Pois desta vez, podem estar certos que as eleições vão ter "consequências" muito directas! Oh, se vão...

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  3. Ó pá, já pareces o imbecil de Arganil, o profeta que se faz passar por Jesus Cristo! Valha-te Deus, pá! Tem tento, homem! MUR

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  4. É?!!! Então depois do dia 5 de Junho a "gente" conversa!!! Mas é a sério, ou julgas que tens aqui os teus amigos súcias sempre a pôr-te a mão por cima?!!!

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  5. A mim, pá, ninguém me põe a mão por cima nem por baixo; só de lado! Para teu... governo! MUR

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  6. A tua manha é outra.

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  7. O PSD vai ganhar estas eleições,PS já sabe disso.

    OS patriarcas do PS estão a preparar o pontapé no rabo a Socrates.

    Agora a dra.Ana Jorge sobre o Metro do Mondego,é de rir a sra é de Tomar e Coimbra pouco ou muito nada sabe sobre o Distrito,tenho pena da sra.

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  8. Anónimo4/6/11 21:13

    o outro não ia trazer charter's de chineses?

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