Perante o manifesto de insatisfação e revolta da população  goiense, face ao temor do encerramento do Serviço de Atendimento  Permanente (SAP) no Centro de Saúde, em Góis e à manifesta preocupação  no que se refere também ao encerramento das extensões de saúde, nas  diversas freguesias do concelho de Góis, o jornal O VARZEENSE foi falar  com a presidente da Câmara Municipal de Góis e apurou que, no que  depender da autarquia goiense, esta tudo fará para manter os serviços em  funcionamento e prestar um bom serviço de saúde à população.
Receosa  com o encerramento do SAP, a presidente da Câmara Municipal de Góis,  Drª. Maria de Lurdes Castanheira, referiu que, ainda em 2009, reuniu com  as pessoas que estão legitimadas para decidir sobre a problemática do  encerramento ou não do SAP, nomeadamente: Administração Regional de  Saúde do Centro, Director do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal  Interior Norte, Dr. António Sequeira e com o Coordenador da Unidade de  Cuidados de Saúde Personalizados de Góis, Dr. Carvalheiro, tendo-lhe  estes assegurado que nada seria decidido sem o município ser ouvido.
A  edil mostrou-se disponível para colaborar de forma a manter o SAP em  funcionamento e as extensões de Saúde existentes no concelho e realçou  as dificuldades geográficas desta região, com grandes distâncias e  difíceis acessibilidades, com poucos meios de transporte e uma população  envelhecida.
Lurdes Castanheira admite que, numa óptica  economicista, poderia ser mais rentável encerrar o SAP, todavia, na  opinião da presidente de Câmara "em primeiro lugar temos que olhar às  necessidades da população, de forma a prestar um bom serviço de saúde" e  a necessidade de se deslocarem a Arganil durante o período nocturno é,  na sua opinião, extremamente difícil para a população goiense.
Muito  preocupada com a situação, a presidente da Câmara referiu ainda ao  nosso jornal que, se o SAP encerrar obrigará consequentemente ao  encerramento do Centro Municipal Rosa Maria, em Góis, o que, na sua  óptica seria muito preocupante, pois colocaria em risco, para além de um  serviço essencial à população alguns postos de trabalho. "A autarquia  já disponibilizou um orçamento de 50 mil euros para auxiliar no  funcionamento do Centro Municipal", acrescentou.
As extensões de  Saúde são outra preocupação da autarca, que confessou: "a autarquia tem  sido uma parceira activa que tem colmatado todas as dificuldades  apresentadas" e exemplificou: "na extensão de Saúde de Vila Nova do  Ceira foi resolvido o problema da acessibilidade, na de Cortes foi  solicitado sistema informático com acesso à Internet, que, de imediato  foi solucionado e "continuamos receptivos a ser parceiros de forma a  prestar o melhor serviço às populações", assegurou.
A presidente  da Câmara Municipal acrescentou ainda que, logo que tomou conhecimento  da necessidade de pessoal auxiliar, para exercer funções no Centro de
Saúde,  disponibilizou, de imediato, duas funcionárias que se encontram a  prestar serviço na área da educação até que sejam solicitadas pelos  serviços de saúde.
Alguns presidentes de Junta também foram ouvidos  e partilham de igual opinião, afirmando estarem receptivos a serem  parceiros de forma a manterem as extensões de saúde em funcionamento.
Em  conversa com - o Director do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal  Interior Norte, Dr. António Sequeira, apurámos que, o sistema de saúde  encontra-se em fase de reorganização, com vista a conseguir prestar um  melhor serviço à população, pelo que, foi solicitado ao Coordenador da  Unidade de Saúde de Góis, Dr. Carvalheiro, para efectuar um estudo  exaustivo sobre a caracterização da população, suas patologias,  situação geográfica e transportes, no concelho de Góis, de forma a  encontrar a melhor resposta. Todavia, o Dr. António Seque ira  acrescentou que "o encerramento do SAP é uma matéria que não se encontra  em cima da mesa" e que nada será decidido sem previamente haver um  estudo concluído, ouvindo a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia,  de forma a encontrar a resposta mais adequada aos anseios da população.
Tentámos  ainda falar com o Dr. Carvalheiro, para saber em que fase se encontra o  estudo, todavia, até ao fecho da edição do jornal, não foi possível  conversar com o Coordenador da Unidade de Saúde de Góis.
in O Varzeense, 15/02/10