Para quem viveu antes do 25 de Abril a liberdade de expressão deve ser um valor intocável. Para os outros, que sempre viveram em Liberdade não terá, eventualmente, a mesma força. Vem esta reflexão a propósito do que se vem passando, todos os dias, neste espaço que deveria ser de convívio e de troca de impressões.
Claro que sendo, por definição, um espaço de intervenções não identificadas, leva a exageros que não deverão ser valorizados. No entanto, o que se vem passando ultimamente, uma pessoa (?) “assinando” de várias formas agride todos os participantes e suas famílias, não deve passar em claro.
O que é mais estranho é que a pessoa em causa tenha merecido, até mostrar esta faceta doentia, o nosso respeito e até, porque não, a nossa estima. Poderia ser, como alguns já escreveram apenas um problema de senilidade, mas parece que extravasa essa faceta. Quando assume e refere o eventual apoio da maioria camarária, o assunto reveste-se de contornos preocupantes.
Será isto possível?
Será isto “encomendado”?
Se assim for, para onde caminha a Liberdade em Góis?
Reparem que esta postura tem, assumidamente, o propósito de impedir que se discutam assuntos importantes e vitais para o nosso futuro. Alguns participantes habituais deste espaço claramente bem intencionados, deixaram de participar pois não estão dispostos a serem enxovalhados. Eu próprio já hesitei em continuar a, humildemente, tentar contribuir para uma salutar discussão dos nossos problemas.
O que se passa, actualmente em Góis, é um clima de descontentamento mas, inexplicavelmente, as pessoas parecem ter medo de o mostrar. Problemas como o excesso de pessoal da CM que foi noticiado a semana passado, ou a reestruturação administrativa do País que pode pôr em causa a continuidade de Freguesias e/ou do próprio Concelho, parecem não nos preocupar.
O arrastar de obras (apenas na sede do Concelho…) por tempo indeterminado (ex: Casa da Cultura, Campo de Futebol, Av. do Carvalhal dos Pombos, ETAR de Vila Nova do Ceira, Praia de Alvares, complexo Turístico do Baião, empreendimento turístico da ADIBER no Baião, abastecimento de água a Vila Nova do Ceira, obras no espaço envolvente da Biblioteca, os Estaleiros Municipais, o Mercado, etc., etc.,etc., ) deveriam levar a interrogações e a uma reflexão colectiva de todos nós.
E que dizer das constantes festas a que temos assistido?
Quem as frequenta percebe que os “clientes” são sempre os mesmos e que apenas servem para promover pessoas. Góis volta a estar no Mapa e em todos os jornais, todos os dias. Mas, quanto custa? Em quanto ficou o Góis Arte, a FACIG, as Marchas e as constantes festarolas que, por cá, se promovem?
A CM explora as Juntas de Freguesia: atribui-lhes subsídios diminutos e não deixa de lhes exigir contrapartidas: queres um espectáculo do Góis Arte? Então pagas aos artistas! Não interessa se concordas, ou não. É assim e pronto!
Como em nossa casa, os orçamentos não são elásticos. Se se gasta em festas e circo, temos de cortar no pão. E este (para mim é palha…) é, francamente, mais importante que aquele. Começo a temer pela sustentabilidade económica e física do nosso Concelho. Gastando-se, como se diz por aí, mais de 15000 € em fogo da artifício e mais de 50.000€ em “Sardets e Cids” está-se, claramente a escolher o Circo em vez do Pão. Esperemos que não tenhamos de vir a “comer” os palhaços do circo…
Estes deveriam ser, em minha opinião, os temas que deveriam aqui ser discutidos por nós. Aliás, deveriam ser discutidos noutros espaços, aberta e francamente. Mas, é isso que não interessa e é isso que o nosso “amigo” tenta impedir, conspurcando tudo em que toca. Misturando o que há mais puro na Poesia com o mais degradante da ofensa, da má educação e da ordinarice. Não vamos deixar que ele consigo os seus intentos.